Este é um depoimento de uma amiga que quis acrescentar um comentário no texto A palavra de Deus é viva-testemunho", mas não conseguiu postar. Creio que pelo tamanho, pois também não consegui fazê-lo por ela. Mas é muito interessante, não podia deixar de expor aqui, pois conta sua história e como Deus também lhe falou através da palavra. Deus abençoe sua vida, caro leitor, com esse testemunho:
Eu nasci num lar evangélico, no sertão, numa comunidade chamada Cipó, distrito de Pentecoste - CE. Cresci ouvindo a palavra de Deus através do rádio, lembro que minha mãe nos colocava diante do radio para ouvir os cultos que sempre passavam, acho que aos domingos. Vez e outra nós tínhamos visitas do pastor ou missionários de nossa denominação. Lá onde morávamos não tinha igreja e a que tinha era muito longe que só dava para irmos praticamente à época de festas comemorativas ou os batizados de alguns irmãos. Foi assim por muito tempo.
A palavra sempre foi semeada no meu coração, mas confesso que muito pouco compreendia, conhecia Deus de ouvir falar. Porém, dentro de mim existia uma inquietação, uma interrogação... "Quem era Deus?", "Será que ele realmente se preocupava comigo?", "Ou apenas era um pai carrasco que só fazia nos castigar?" Pois.. "isso é pecado, Deus vai castigar..." essa era uma expressão muito falada pelos mais velhos. Talvez por conta disso tornei-me uma criança atormentada pelos medos e o que era pior sentindo a presença do inimigo, e pior ainda sem o entendimento dos meus pais que muita das vezes me batia forçando-me a dormir ou ir a lugares que me davam medo na intenção de me fazerem perder o medo. Tudo porque não conheciam a força do mal. Cresci. Tornei-me uma adulta insegura, inconstante e sem convicção da fé. Ainda muito jovem saí do meu interior e vim pra capital, Fortaleza, longe de meus pais. Nesta cidade comecei a frequentar a igreja, passei um bom tempo indo e participando das atividades, mas nada de sentir verdadeiramente a presença de Deus, ou de entender verdadeiramente o sacrifício de Cristo por mim. Nem tão pouco dos cuidados do Espírito Santo para comigo. Pois sobre a trindade não eu não entendia quase nada. E assim, me tornei uma pessoa totalmente vulnerável as investidas do inimigo. Aos 23 anos entrei na Universidade e foi aí que comecei a ouvir as muitas vozes que satanás tem para persuadir o povo de Deus à perdição. Nesse mesmo ano comecei a namorar um jovem dentro da universidade que não era evangélico, isso foi um dos motivos que aos poucos me afastou da igreja. E com isso me aproximar de outras doutrinas que não eram de Deus. Passei a me envolver com o esoterismo, espiritismo, budismo e por fim com o candomblé. Tudo isso por que buscava Deus de uma forma sobrenatural. Nunca fui atrás de nenhuma dessas seitas, mas facilmente elas me alcançaram através das amizades. Ao ponto de me afastar completamente de Deus e servir a outros deuses, que por sinal, só me trouxeram dores, fracassos e frustrações. No candomblé cheguei a fazer "Boris" que eram iniciações a essa seita. Quase me tornei uma discípula de satanás "uma Equéde" filha de "santo", aquela que cuida dos aparatos dos demônios do candoblé, chamados "santos". Foi desse caminho que o senhor me resgatou. Sozinha, divorciada, desamparada, envergonhada , longe da família, e com uma filha pequena para criar, pois com aquele namorado me casei, mas nem dois anos passamos juntos, com uma criança de três meses no colo ele me abandonou. Sofri muito. E acho que muito mais fiz minha família sofrer e o meu Deus esconder a sua face de mim. Porém, Ele nunca me abandonou, pois não deixou que a sua Palavra, semente que foi plantada dentro de mim desde a infância, morresse. Quando a minha família soube que eu e minha irmã estávamos envolvidas com o candoblé, foi aí que eles passaram a buscar verdadeiramente a Deus, através da oração e da palavra. Choraram aos pés do Senhor alguns anos por nós. Foi nesses momentos que passaram a tomar conhecimento de que existia o Espírito Santo que consolava, ensinava e exortava e por outro lado também tomaram consciência da existência dos demônios que atuavam não só no mundo, mas também na vida dos crentes sem consagração, não convertidos. Foi então, que passaram a colocar suas vidas no alta de Deus e a clamar por nós. Então, Deus me resgatou primeiro e depois fui chorar junto com minha família pela minha irmã. E foi dentro de uma igreja que pela primeira vez ouvi Deus falar poderosamente comigo através da palavra. Eu estava lá com minha mãe e outros familiares, quando Deus usou uma irmã para ler na Bíblia a passagem em Isaías 54:4-8 e naquele instante Deus falou poderosamente comigo. Porque a situação que eu me encontrava era de muita vergonha tanto por ter apostatado da fé, como por ser divorciada, pois uma família era tudo que sempre almejei na vida. Essa passagem é longa, mas faço questão de aqui escrever cada versículo, pois foi escrita para mim.
"Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não serás confundida: antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. Porque o teu Criador é o teu marido: o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; Ele será chamado o Deus de toda a terra. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito; como a mulher da mocidade, que é desprezada, diz o teu Deus. Por um pequeno momento te deixei, mas com grande misericórdia te recolherei; Em grande ira escondi a minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.”
Glória pra sempre ao meu Deus que me resgatou, me perdoou e enxugou as minhas lágrimas. Se ainda hoje choro é porque não tenho dado atenção com freqüência a essa palavra tão verdadeira e tão oportuna à minha vida.
A paz de Cristo seja contigo. Amém.
Gláucia Andrade
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